TESTE DE TETRAZÓLIO EM SOJA

Fonte: UNIJUÍ

Dentre os diversos métodos de controle do qualidade adotados pela indústria de sementes no Brasil, 0 teste de tetrazólio tem se destacado, principalmente para a soja, devido a sua rapidez e também pelo grande número de informações fornecidas pelo teste. Outro ponto interessante é que além de avaliar o vigor e a viabilidade das sementes do lote em questão, é possível fornecer o diagnostico as possíveis causas responsáveis pela redução da sua qualidade, como dano mecânico, dano por umidade e dano por percevejo.

O teste foi aprimorado para a soja pelos pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa de Soja, da Embrapa, que publicaram, em 1981, o primeiro manual específico para a soja (França Neto, 1981), que foi o embrião para o manual seguinte, “Metodologia do Teste de Tetrazólio em Sementes de Soja” (França Neto et al., 1985). O referido manual foi atualizado e colocado em uma forma mais didática, sendo lançado alguns anos após (França Neto et al., 1988). Tais manuais continham a classificação de vigor da semente de soja em diferentes classes de viabilidade. Hoje, o teste é rotineiramente utilizado em todos os laboratórios de análise de sementes que trabalham com soja no Brasil.

Como funciona o teste de tetrazólio?

O teste de tetrazólio baseia-se na atividade das enzimas desidrogenases (AOSA, 1983; Bulat, 1961; Copeland et al, 1959; Moore, 1973; Smith, 1952; Smith e Throneberry, 1951) as quais catalizam as reações respiratórias nas mitocôndrias, durante a glicólise e o ciclo de Krebs. Estas enzimas, particularmente a desidrogenase do ácido málico, reduzem o sal de tetrazólio (2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio ou TCT) nos tecidos vivos. Quando a semente de soja é imersa na solução incolor de TCT, esta é difundida através dos tecidos, ocorrendo nas células vivas a reação de redução que resulta na formação de um composto vermelho. Quando o TCT é reduzido, formando o trifenilformazan, isto indica que há atividade respiratória nas mitocôndrias, significando que há viabilidade celular e do tecido. Portanto, a coloração resultante da reação é uma indicação positiva da viabilidade através da detecção da respiração a nível celular. Tecidos não viáveis não reagem e consequentemente não são coloridos. Sendo o tecido vigoroso, haverá a formação de um vermelho carmim claro; se o tecido está em deterioração, um vermelho mais intenso será formado, em virtude da maior intensidade de difusão da solução de TCT pelas membranas celulares comprometidas de tais tecidos; se o mesmo é não viável, a redução
do sal não ocorrerá, e o tecido morto contrastará como branco (não colorido) com o tecido colorido viável. A observação de tais diferenças de cor, juntamente com o conhecimento de diversas características das sementes, permitem a determinação da presença, da localização e da natureza dos distúrbios que podem ocorrer nos tecidos embrionários (Moore, 1973).

Conhecer a qualidade da sua semente, garante um armazenamento de forma correta e uma lavora bem estabelecida